"Fixe sempre teus pensamentos naquilo que você quer, e não naquilo que não quer. Para o universo, o que você quer e o que não quer, significam a mesma coisa."





quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

10 erros de português que acabam com a sua credibilidade

A forma como escrevemos tem um impacto fundamental na nossa credibilidade. Receber um email ou um orçamento com erros leva-nos a questionar, mesmo que inconscientemente, a competência de quem está do outro lado. No caso das empresas, quando há erros no site ou nos posts partilhados nas redes sociais, é a credibilidade da empresa que está em causa.
Na minha rotina de trabalho a ler e escrever há erros que vejo quase todos os dias. Listei-os para que não o apanhem a si também. Tome nota.

1. Há / à
A confusão entre o há com “h”, presente do verbo haver, e o à, sem “h”, que é a contração da preposição “a” com o artigo definido no feminino singular “a”, atrapalha muita gente. Uma dica que pode ajudar: se for possível substituir a expressão pelo verbo ”existir” (sinónimo de haver) ou a frase implicar tempo, devemos usar “há”.
Exemplos: Há várias opções de cor. A empresa funciona há dez anos. 

 2. Ir de encontro / ir ao encontro de
Vejo muitas vezes este erro em propostas para clientes e emails que se pretendem mais formais, momentos em que não convém mesmo escrever com erros. Mas qual é o problema? Quando escrevemos “ir de encontro” para indicar que estamos em sintonia com a outra parte, estamos na verdade a dizer o contrário. A expressão correta a usar é “ir ao encontro de”. 
Exemplo: Esperamos que esta proposta vá de encontro aos seus objetivos (estamos a dizer: seja oposta). Esperamos que esta proposta vá ao encontro dos seus objetivos (forma correta). 

 3. Há dois anos atrás / Na minha opinião pessoal
Estas redundâncias não são propriamente erros, mas a bem da simplicidade não há necessidade deste reforço. Basta escrever “Há dois anos” ou “Na minha opinião”. Afinal, todas as opiniões são pessoais. As frases ficam mais simples, mais curtas e são entendidas mais facilmente.

 4. “Ciclo” vicioso
Esta é mais uma daquelas expressões que se usa em relatórios e documentos quando se quer impressionar. O problema é que a expressão “ciclo vicioso” está errada. A forma correta é “círculo vicioso”.

 5. Tivesse / estivesse
A confusão entre o “tivesse” e “estivesse” está no chat do Facebook quando falamos com os nossos amigos, mas infelizmente está também nos posts que muitas marcas fazem na mesma rede. As duas formas estão corretas, mas enquanto “tivesse” deriva do verbo ter, “estivesse” é uma conjugação do verbo estar.
Exemplo: Se eu tivesse mais tempo e estivesse em Lisboa gostava de sair convosco.

 6. Gratuítamente /obrigatóriamente
Os advérbios de modo terminados em “mente” não levam acento. E não há exceções. Portanto, obrigatoriamente, gratuitamente, rapidamente, acentuadamente, facilmente, felizmente, etc. nunca são acentuados. Fácil.

7. ás / às
É comum sermos informados que o melhor horário para a reunião é das 14h “ás” 15h00 ou vermos num site de um restaurante que está aberto das 19h00 “ás” 23h00. “Ás” com acento agudo está relacionado com o universo do jogo (ás de espadas, p. ex.) ou pode ser usado para designar alguém que é muito bom em determinada atividade. Quando nos referimos a espaço ou tempo o acento deve ser grave (às). 
Exemplo: Temos reunião das 14h00 às 15h00. Portanto, em horários o acento é sempre grave. 

8. Contatos / Contactos
Quando visito um site português que tem o item de menu de contactos sem “c” fico logo nervosa. Em Portugal, apesar do acordo ortográfico, contactos mantém o “c”, dado que pronunciamos essa consoante.

9. Fãn
Este erro tornou-se muito comum com as redes sociais. As páginas têm fãs e eu posso ser  de alguém ou de alguma coisa. As palavras fãn e fãns não existem. “Fan” e “fans” (sem acento) são palavras em inglês.  

10. Fala-se / Falasse
Mais um erro que povoa os chats nas redes sociais, mas infelizmente salta para sites, emails e posts de marcas. Fala-se é uma forma do presente do indicativo e refere-se a uma ação real. Falasse é uma forma do imperfeito do conjuntivo e designa uma ação provável. 
Exemplo: Hoje fala-se muito de política, mas gostava/gostaria que se falasse mais de economia.
Um truque dos professores de português para não errar: construir a frase na negativa: “Hoje não se fala muito de política. Gostava que não se falasse de economia”. Se o “se” muda de lugar, significa que é separado por hífen.

E desse lado, como é a sua relação com o português? Há erros que não desculpa?
Vamos continuar a partilhar conhecimento?

[ este post foi originalmente publicado em www.elsafernandes.com ]


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